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Trauma de rejeição: é possível desconstruir esse sentimento?

Trauma de rejeição: é possível desconstruir esse sentimento?

02/08/2021

Quantas vezes você já  sentiu que estava sendo ignorado(a) ou invalidado(a) nas mais diversas situações da vida? Apesar de ser um sentimento extremamente comum e que todo ser humano irá experienciar de alguma forma, é importante atentar-se para algo simples. Que, nesse caso, é o grau e a forma como isso é manifestado, pois em muitas situações pode ser um reflexo de algum trauma de rejeição ocorrido antes mesmo do que se imagina. 

Quando essa constatação é uma verdade, os impactos causados tendem a ser um pouco mais nocivos do que para os casos em que esse sentimento é mais esporádico e não está atrelado a um episódio traumático. 

Mas, de acordo com o meu conhecimento, sei que na maioria das vezes a rejeição está sim relacionada a algum trauma. E a partir dessa sensação de rejeição, muitas outras coisas vão surgindo.  É sobre isso que quero falar no conteúdo de hoje. Então, se você tem interesse em saber como identificar a origem dessa rejeição, os sentimentos e pensamentos que tem em relação a isso e os possíveis gatilhos que despertam tudo isso, continue a leitura.  

A origem do trauma de rejeição pode ser bem mais profunda

Para entender o impacto que o sentimento de rejeição pode causar, é necessário entender um pouco sobre suas origens. Por mais recentes que esses sentimentos lhe pareçam, eles podem ter iniciado antes mesmo de você nascer. 

Então as situações que fazem você se sentir rejeitado(a) hoje em dia, na verdade podem ser apenas alguns gatilhos que “ativam” essa sensação em você. Ou, no caso, é de se pensar até mesmo em uma reativação, pois na verdade está apenas trazendo à tona algo que já estava enraizado no seu SER. 

Geralmente quando alguém pensa nas razões pelas quais a rejeição se faz mais presente, tendem a atrelar a acontecimentos como: 

  • Quando alguém esquece o aniversário;
  • O amor que foi embora “do nada”;
  • O encontro familiar que todos pareciam estar evitando;
  • A festa que todo mundo foi, mas que esqueceram de te convidar;
  • Quando não recebe o reconhecimento que gostaria;
  • Aquele relacionamento não assumido por parte do outro;
  • O momento que tenta falar e ninguém dá ouvidos.

Mas e se eu disser que esses provavelmente são apenas os gatilhos e não a causa da sua sensação de rejeição, você acredita? 

Nossa vida começa antes do momento em que nascemos, pois todos os acontecimentos do período intrauterino deixam impactos significativos em nosso modo de ser, pensar e agir. Criando, muitas vezes, aprendizados incorretos e incompletos acerca do mudo e até mesmo de nós mesmos. 

Isso quer dizer que se durante a gestação sua mãe passou por momentos de muito estresse ou se sentiu sozinha e rejeitada, seja por alguém próximo ou não, a origem do seu trauma de rejeição pode ter começado ali, e ao longo da vida foram apenas reforçados. 

Assim como quando a mãe, por qualquer motivo que seja, “rejeita” a gestação ou reluta em aceitá-la, pode ocasionar um falso senso de valor no feto que está em formação. Ou seja: quando o embrião está se desenvolvendo passa por experiências que podem deixar feridas profundas no seu SER. Essas, por sua vez, irão ser reproduzidas ao longo da vida caso não sejam validadas.  

A dor da rejeição é diferente para cada um, pois está relacionada às experiências de vida

A dor da rejeição para algumas pessoas é tão profunda que é como se fosse uma ferida na alma. Outras pessoas sentem essa dor em momentos esporádicos, mas podem não ser tão profundas. 

A verdade é que todos nós carregamos essas feridas em maior ou menor grau. Isso acontece por conta da profundidade com que cada um é atingido pelo trauma de rejeição, se essas percepções nem sempre corretas se reforçaram ao longo da vida, se elas foram amenizadas, enfim. Cada experiência é única, assim como seus impactos e os sentimentos que causa dentro de cada pessoa. 

Aliás, já se perguntou que tipos de “subsentimentos” a rejeição causa em você? Bem provável que nunca tenha se dado conta disso, mas a partir do trauma de rejeição muitos outros sentimentos vem à tona, como por exemplo: 

  • Sou preterido;
  • Desvalorizado;
  • Não tenho valor;
  • Sou descartável;
  • Ninguém me nota;
  • Não me sinto pertencente a lugar nenhum. 

>>>> Sensação de vazio: entenda quando se torna perigosa <<<<

Todos esses exemplos que eu trouxe são situações que eu constato nas sessões com pacientes que chegam até mim para curar algum trauma de rejeição. O que eu percebo, é que  nitidamente de acordo com o grau da ferida, esses “subsentimentos” são ainda mais evidentes. 

Depois que o gatilho ativa o sentimento de rejeição que dá voz aos “subsentimentos”, também existem os pensamentos que vão sendo criados: 

  • Eu não sou bom o suficiente;
  • Ninguém se importa comigo; 
  • Sou um erro; 
  • Não faço nada direito;
  • Eu tenho que mudar, pois senão ninguém vai me aceitar;
  • Não deveria estar aqui, 
  • Se eu morrer ninguém vai sentir a minha falta. 

Mas não para por aí!

Além de tudo isso que eu citei, é bem provável que você mesmo já deva saber que esse compilado de coisas, por motivos óbvios, também resulta em alguns padrões comportamentais. 

Se você se identifica com alguma das coisas que falei até agora, volte em uma das situações que servem como gatilhos para seu sentimento de rejeição. Como você se comporta? Como você reage?

Fica tentando ter “migalhas” dessas pessoas que parecem te rejeitar? Ou se isola prometendo a si mesmo que não vai mais ficar esperando essas “migalhas”? 

Ambas as situações certamente não devem funcionar, pois essas escolhas não resolvem nada, apenas maquiam o real problema. Por isso é bem provável que esse ciclo todo se repita e solidifique ainda mais o sentimento, principalmente nos casos em que a dor do trauma da rejeição é ainda mais profunda. 

É possível desconstruir a rejeição, sabia?

trauma de rejeição

Lembra que eu citei antes o período intrauterino? Fiz isso porque de acordo com a minha experiência, o trauma de rejeição advém dessa fase. E quando acontece lá, as marcas ficam enraizadas quase de forma visceral nas pessoas. 

Uma das maiores problemáticas em sentir-se sozinho e rejeitado desde o período intrauterino é o grau de dificuldade desconstruir o que se aprendeu sobre a rejeição. Isso porque reprogramar comportamentos primários (os primeiros sentimentos e comportamentos que você teve contato) é muito mais difícil do que reprogramar sentimentos que foram aprendidos mais tarde. 

Durante a gestação nos encontramos extremamente dependentes das emoções e sentimentos de nossas mães, estamos totalmente sem defesas! Quando o útero é violado com sentimentos negativos como a rejeição e a solidão, acabamos naturalizando isso. 

Ou seja, se você experimenta sensações de rejeição durante toda sua vida, ou boa parte dela, há grandes chances de isso lhe ter sido transmitido ainda no útero. 

A boa notícia é que isso não precisa ser uma sentença de vida. Apesar de ser difícil  ressignificar, é possível desconstruir esse padrão. Por isso quis trazer essas informações. 

Se você conseguir identificar os seus gatilhos, que são as coisas que acontecem e fazem que a rejeição venha à tona, perceber quais os “subsentimentos” isso causa, que é como você realmente se sente quando acredita estar sendo rejeitado(a), saber quais são os pensamentos que vem a sua mente e qual a sua reação diante disso, já estará indo no caminho certo. 

Falando assim parece algo longo, mas tudo acontece em milésimos de segundos, e no calor do momento pode ser até difícil identificar cada coisa. Mas isso é de extrema importância para que você consiga ter clareza das coisas inconscientes que a rejeição causa em você. 

Por isso, no conteúdo de hoje eu quis trazer um pouco de cada um desses aspectos, para que você comece a exercitar e prestar atenção nisso. 

Na próxima semana eu irei falar sobre as fases da rejeição, ou seja, as raízes em todos os períodos da nossa vida que a rejeição pode acontecer e vai se acumulando. Como eu já dei uma prévia, às vezes a gente pensa que a rejeição começou quando “levou o primeiro pé na bunda” e ali talvez tenha sido só um momento que isso despertou mais. 

Mas como disse, esse é um tema para o próximo conteúdo! Continue me acompanhando por aqui, pois eu quero te ajudar a continuar a jornada de desconstrução da rejeição. Até mais! 

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2 Respostas para “Trauma de rejeição: é possível desconstruir esse sentimento?”

  1. REGINA ALEXANDRA SCHEFLER disse:

    Muito interessante e faz muito sentido. Descobri muitas peças do meu quebra cabeça com o seu trabalho e uma delas é o tema da rejeição, que estava muito guardado e mascarado por uma falsa sensação de auto suficiência. Agora vejo que essa independência e solicitude aos outros eram sintomas, que por um lado dá uma sensação de poder, mas por outro só me impede de entrar em contato com essa ferida tão imensa, que veio de momentos muito precoces e que ainda nem tinha cognição para simbolizar. Sigo nessa jornada com muita paciência, humildade e respeito com o meu processo, que a cada dia vejo como é uma ferida profunda e delicada e precisa ser vista de forma homeopática… mas a felicidade de cada descoberta me permite ter esperança e determinação de seguir em frente. Obrigada por estar comigo nesse caminho!!!!

  2. Audrey disse:

    Bem.interessante isso. A vida inteira (tenho 49 anos), vivo com uma sensação de abandono, mesmo tendo pais, irmão, tias e tios, eu sempre me senti e me sinto muito só. Hoje tenho um relacionamento, mas ela agora esta nos EUA, e mesmo nos falando todos os dias e reafirmando nossos sentimentos, vem uma “vozinha” interior me dizendo: abandonada de novo. Quando meus pais se separaram eu tinha 3 anos, e então esse sentimento de abandono vem me acompanhando. Além da tristeza me traz raiva, ansiedade…enfim

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