O que pode fazer o seu processo terapêutico fracassar
15/02/2021
Você fez terapia, ou passou por um processo terapêutico? Essa é uma das primeiras reflexões que quero propor no conteúdo de hoje. Faz muita diferença saber sobre isso, porque apesar da semelhança, existe uma sutil distinção entre as duas situações.
Durante o meu trabalho, já ouvi inúmeras vezes pessoas dizendo que a terapia não funcionou com elas. “Manoel, eu estou aqui pois eu já fiz tudo o que me indicaram. Minha amiga, por exemplo, fez hipnoterapia e em apenas 5 sessões conseguiu resolver o seu problema. Outra, em 20 horas de encontro com o psicólogo, superou um trauma antigo. Eu já tentei as duas opções e adivinha: não deu certo. Por isso eu te procurei. A fulana, me disse que esteve aqui e finalmente está conseguindo viver tranquilamente.”
Se chegou até esse conteúdo, provavelmente vai se identificar com algum ponto do que relatei logo acima. Sabe porquê? A maioria das pessoas se apega tanto à técnica, a terapia em si, que esquecem de aproveitar o processo terapêutico. O SEU processo terapêutico. Não o que A, B ou C tenham indicado. Isso funcionou com elas, e não quer dizer que vai funcionar com você.
E antes de se deixar invadir pelo sentimento de “desacreditar em si mesmo” respire fundo e preste atenção: somos seres humanos e não possuímos protocolos. Não existe uma cartilha, um manual ou qualquer coisa do tipo. Somos únicos, temos histórias únicas, emoções, traumas, aprendizados. Tudo é único. Então, devo repetir: o que resolve o problema das outras pessoas, nem sempre vai solucionar o seu. Mas, se você se permitir e se entregar, aí sim as coisas podem funcionar.
Como assim viver meu processo terapêutico?
Quando eu disse que existia diferença entre processo terapêutico e terapia, é mais ou menos com o seguinte sentido:
É como se a terapia fosse aquilo que procura (técnica) para se curar ou resolver alguma coisa. Por exemplo: fazer uma sessão de hipnoterapia porque todos estão fazendo, direciona sua atenção muito mais para a técnica que será utilizada do que como isso vai ajudar a entender o seu problema, de fato. E eu citei essa, mas pode ser qualquer outra abordagem disponível.
Contudo, quando pensamos no processo terapêutico, devemos considerar algo mais profundo. É encontrar maneiras de entender a raiz dos problemas. De onde vieram, porque te causam sensações ruins, como estão influenciando a sua vida, em que momento se criaram os aprendizados incorretos e incompletos que moldam a forma que enxerga as coisas, etc.
São infinitas as possibilidades e razões para que essa busca pela cura seja feita por meio do autoconhecimento, da autocompreensão e autoanálise. Isso sim possibilita uma restauração completa, leve e libertadora.
Mas, não quer dizer que as técnicas sejam ineficientes. Pelo contrário. São ótimas ferramentas, desde que utilizadas no momento certo, no contexto certo e com um propósito bem estabelecido. O seu propósito, aliás, pode ser simplesmente descobrir o seu real problema. Muitas vezes, aquilo que se toma como o problema, é apenas o sintoma de algo bem mais profundo. E isso, só será descoberto quando entender mais sobre si mesmo.
Você pode ir um pouco mais além
Viver um processo terapêutico, portanto, é apenas permitir-se traçar a sua própria história de cura e sucesso. Porém, além do que já foi dito, existem também outras coisas a serem consideradas.
É preciso ter empatia e conexão com o profissional que vai guiar o processo terapêutico. Já pensou que ruim seria buscar sua cura emocional com alguém com quem não se sente à vontade? Alguém com quem não se identifique? Parece ser muito mais complicado assim, não é? Por isso, é fundamental que exista uma troca sincera e leal entre o paciente e o terapeuta. Caso não haja, isso também pode colaborar para o insucesso da busca pela cura interior.
Também é indispensável ter comprometimento em seguir nessa jornada e respeitar o próprio tempo. Se “Maria” se curou em 2 semanas, tudo bem. Esse era o tempo que ela precisava para isso. Se “João” levou longos anos, também está tudo bem! Sabe porquê? Foi o período necessário para que ele finalmente se libertasse de seus problemas.
Não importa quanto vai durar, como será a caminhada e quais percursos serão percorridos. O realmente faz diferença, é que lá no final tenha a certeza de que tudo valeu a pena. Que você se comprometeu consigo e também se esforçou ao máximo para que as coisas dessem certo.
Pare de se apegar a técnica e apegue-se mais a si mesmo
As técnicas, por serem técnicas, são baseadas em protocolos, “regras”, indicações de abordagem. O que é ótimo, mas não é o principal. Quando você se apega mais em si, a sua história, origens, contextos da sua vida, crenças e sistema familiar, tudo começa a fazer sentido.
Percebe, muitas vezes, que seu problema não é gritar de mais e sim o fato de ter presenciado por diversas vezes discussões e gritarias quando criança. O que criou, de forma inconsciente, o aprendizado de que levantar a voz é o que faz você ser ouvido no momento que precisa. Mas, esse ensinamento que não é explícito, pode ter acontecido até mesmo antes do nascimento e não por um motivo único. Trabalhando com a psicologia Pré e Perinatal, isso fica cada vez mais evidente.
Tudo o que acontece à nossa volta no “mundo exterior”, quando estamos nos formando, armazena informações que nos acompanham pelo resto da vida. Se uma mãe durante a gestação constantemente ouvia o pai gritando e afirmando que os problemas que estavam enfrentando eram provenientes da gravidez, pode ter muito mais coisas envolvidas do que apenas os gritos.
O feto, assim como a mãe, também absorve o que está sendo dito. Então, além desse aprendizado, de que aumentar a voz é necessário quando se quer impor respeito, podem ter ficado outros também. E, com isso, no decorrer da vida a pessoa pode carregar um sentimento de culpa e rejeição. São hipóteses, não necessariamente uma regra.
Essas citações são apenas um exemplo, mas podem ser aplicadas a diversos outros contextos, dos quais você provavelmente nem imaginaria ser possível. Mas, praticando o autoconhecimento e se conectando com a sua essência, é possível sair do lado obscuro da vida e finalmente chegar ao paraíso.
E por conta dessas sutileza de detalhes, um processo terapêutico se distingue de uma “terapia”. Uma coisa está mais direcionada para a técnica e abordagem. Outra, para a cura interior.
Obrigada pela reflexão.
Amei saber esta diferença, estou .fazendo.terapia há 4.anos período.que tive.2 lutos muito fortes ,. morte da minha mãe e fim de meu casamento de 34 anos de um amor doentio e abusivo que não consigo me libertar dele. Penso e sofre por querer de volta o que visivelmente impossível para.mim.
Há estou perdendo ao mêsmo tempo 2.irmas de duas doenças terríveis.e.sinto que estou entrando em mais lutos… A.dor está dilacerando meu coração… Não dei.conta nem dos.lutos passados e agora.entar em outros. Deixei até os terapeuta.pois.um era a técnica do fodasse todo mundo. Ou seja,. xingar expressar.meus.sentimentos,.mas.nem.isto consigo… Preciso de ajuda ungente
Aguardo resposta sobre meu comentário.gratidao
Deixei meu comentário na seção anterior,.mas que preciso sim de ajuda pois estou há 4 anos fazendo terapia e nada funciona comigo. já até desisti dos terapeutas.. quero poder fazer o processo terapeutico com Manoel. Grata
Achei ótimo está diferenciação e preciso sim de ajuda pois estou há 4 anos fazendo terapia e nada funciona comigo. já até desisti dos terapeutas.. quero poder fazer o processo terapeutico com Manoel. Grata