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Sentimento de rejeição: entenda as fases dessa construção em sua vida

Sentimento de rejeição: entenda as fases dessa construção em sua vida

09/08/2021

No conteúdo da semana passada nós falamos sobre o sentimento de rejeição e a possibilidade de desconstruí-lo. Nele eu expliquei sobre a origem do trauma, sobre os gatilhos que disparam essa sensação nas pessoas, sobre os “subsentimentos”, pensamentos e crenças, além dos padrões comportamentais provenientes da rejeição. Tudo isso, na verdade, é nada mais que o ciclo que acontece toda a vez que esse sentimento é despertado dentro das pessoas. Esse emaranhado de coisas pode ocorrer em diferentes níveis e graus diferentes, de acordo com a vivência de cada um. 

Essa temática é algo que gosto de me aprofundar, pois ao longo da minha trajetória como especialista em cura de traumas, percebi que a rejeição é algo muito presente na vida das pessoas. Aliás, tem uma frase que costumo ouvir e que chama atenção para o quanto esse sentimento de rejeição é profundo e devastador: “é algo que dói na alma”. 

Juntando essa questão com o objetivo de ajudar as pessoas em seu processo de cura emocional, resolvi criar uma série de conteúdos focados nessa temática.

 A “Jornada Desconstruindo a Rejeição” serve exatamente para que aqueles que sofrem com essa questão consigam entender alguns pontos importantes desse sentimento. E, assim, tenham a possibilidade de se libertar e viver de forma mais leve e tranquila. 

Por isso, no conteúdo de hoje, eu vou falar sobre as fases da rejeição. Para ajudar você a perceber os momentos em que esse sentimento foi se organizando e surgindo na sua vida. Mas caso você ainda não tenha lido o conteúdo anterior, indico que faça isso. 

Ou se preferir, confira o vídeo: 

Fases de construção do sentimento de rejeição

Bom, a minha ideia é realmente que você aprenda maneiras de desconstruir o sentimento de rejeição. Mas isso só será possível se antes entender como acontece a sua construção, até mesmo porque a maioria das pessoas sequer sabem quais são as verdadeiras raízes desse sentimento. Ou seja, onde teve início. 

Por conta disso vou apontar aqui as principais fases da rejeição, assim ficará mais fácil te guiar nessa descoberta. 

  • Pré-concepção e Concepção

Sim, a primeira fase certamente é bem anterior ao período que você imaginava. Como sabe, eu sou especialista em Psicologia Pré e Perinatal, então não poderia deixar de trazer essa questão. Além das memórias, ou lembranças, temos também uma memória celular. Ou seja, tudo o que acontece, até mesmo certo tempo antes da concepção, cria memórias celulares em nosso ser. Para que entenda um pouco melhor o que estou dizendo, quero que pense nos seguintes questionamentos:

  • Você foi um bebê desejado, planejado? 
  • A sua gestação pegou seus pais de surpresa? Se sim, você foi bem aceito? 
  • Durante a sua concepção, houve amor?

O motivo dessas perguntas é porque as respostas podem estar relacionadas a origem do seu sentimento de rejeição. Se não foi planejado, se a mãe de alguma forma se sentiu violentada, se houve qualquer “pensamento” de rejeição com relação a isso, seu SER já pode ter sido impactado a nível celular. 

  • A descoberta da gestação

Ainda nessa linha de questionamentos, você sabe como seus pais reagiram a sua gestação? Ambos receberam a notícia de forma positiva, ou houve algum tipo de susto, rejeição ou algo assim? Muitas vezes pode ser que exista algum tipo de negação dessa gestação, por motivos diversos e que não cabe a ninguém julgar. 

Geralmente a descoberta ocorre em um dos momentos mais críticos do desenvolvimento humano, que é a formação do coração. E adivinhe: por termos memórias celular, isso também afeta diretamente o bebê em formação e pode enraizar alguns aprendizados incorretos e incompletos quando algum dos pais rejeita a gestação. Afinal de contas, tudo o que acontece impacta diretamente o feto e pode influenciar o modo de ser, pensar e agir ao longo da vida. 

Indo um pouco mais além, em algumas situações o choque da descoberta é tão grande que podem passar pela cabeça da mãe a questão do aborto, ou até mesmo tentativas. E sim, isso traz impactos ainda mais significativos sobre o sentimento de rejeição na vida das pessoas. 

  • Choque do gênero

Vamos imaginar agora que tudo ocorreu bem, que seus pais desejam a sua concepção, que planejaram a gravidez e ficaram radiantes com o anúncio. Porém ao descobrir o seu gênero, de alguma forma houve certa “quebra de expectativa”, isso também pode ocasionar aprendizados incorretos e incompletos no bebê. 

Muitas vezes existe certa predileção por um gênero e outro. Mesmo que depois essa frustração amenize, esse “ choque” inicial repercutiu de alguma maneira negativa. 

É como se deixasse no bebê uma sensação de: 

  • Não sou aceito como sou. 
  • Eu não sou bem-vindo. 
  • Eles não me queriam aqui. 

Ou seja, a informação já é recebida dessa forma e vai criando concepções disfuncionais acerca do senso de valor. 

  • Período da Infância

sentimento de rejeição

Nessa fase nós precisamos dos nossos pais ou cuidadores para sobreviver, não é mesmo? Os bebês não nascem sabendo tudo, precisam de muitos cuidados para suprir as suas necessidades básicas. Por esse motivo, nascemos com um processo biológico para criar vínculos com  nossos pais e cuidadores. Essa conexão, portanto, é feita com base no que o bebê observa e percebe ter disponível. Com isso vai se adaptando e moldando sua forma de agir para receber a atenção dessas pessoas.

O que acontece é que esse período, principalmente da primeira infância, é muito importante. É nele que os aprendizados adquiridos nas outras fases serão reforçados ou minimizados. Como assim? Vamos imaginar que os pais não tenham reagido bem ao anúncio da gravidez, tenham ficados “surpresos” ao descobrir o sexo, mas no momento do nascimento, ao se deparar com o bebê, foram invadidos por um amor incondicional e proporcionaram uma infância tranquila e rodeada de carinho. 

Nesse caso, tudo o que se tinha aprendido, as rejeições e situações negativas vividas, vão dando espaço para novas experiências e novos aprendizados. Ou seja, os impactos prejudiciais vão sendo minimizados. 

Porém se durante a infância os mesmos padrões continuam a se repetir, tudo se potencializa e se reforça ainda mais. 

Indo um pouco mais adiante, já na segunda infância, é quando começamos a dar rótulos e significados para as coisas. Nossa percepção se modifica e passamos a fazer algumas associações, nem sempre funcionais. 

Por exemplo:

  • Para ser aceito preciso agradar outras pessoas. 
  • Preciso fazer algo para ser visto.

E quais os impactos esses aprendizados podem deixar?

Os principais impactos que esses aprendizados deixam ao longo da vida, por motivos óbvios, estão relacionados ao sentimento de rejeição. É como se todos os acontecimentos das fases citadas criassem predisposição para que a pessoa tenha esse sentimento. Afinal de contas, foram esses os ensinamentos que recebeu, mesmo que de forma involuntária. 

Na vida adulta, essas experiências que foram criando um senso de valor incorreto, vão se repetindo inconscientemente. Sabe aquele fora que você levou e sempre atrela a causa do seu sentimento de rejeição? Muitas vezes isso é apenas um gatilho ou até mesmo um reflexo, não necessariamente a raíz do seu problema. Pois, na verdade, a real razão para que sofra com a rejeição está atrelada aos acontecimentos bem mais precoces, como citei anteriormente

As situações que servem como gatilho apenas “despertam” essas percepções já existentes e vão às reforçando cada vez mais. A tendência, quando as verdadeiras raízes não são reconhecidas e exploradas, é que a pessoa passe a vida inteira reproduzindo esses padrões. 

Não é algo pensado, é apenas uma maneira que o seu próprio sistema encontra de te proteger para evitar que você se machuque ou sofra pelos mesmos motivos. Acontece que o sentimento de rejeição só será desconstruído se você se permitir validar e olhar para sua própria história. 

Por isso reflita a respeito dessa frase: 

“Buscar a validação dos outros faz parte da vida. Começar a validar a si mesmo faz parte da cura interior!”

E se você quer seguir nessa jornada de desconstrução da rejeição, continue me acompanhando por aqui. No próximo conteúdo falarei sobre os Níveis da Rejeição. Até mais!

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Uma responsta para “Sentimento de rejeição: entenda as fases dessa construção em sua vida”

  1. Hieda disse:

    Super interessante e agora descobri porque passei 57 anos da vida, querendo entender porque me sinto tão rejeitada pelas pessoas. Não são as pessoas que me rejeitam mas minhas lembranças,meus registros internos desde a concepção. Gratidão por me ajudar.

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