Mecanismos de enfrentamento: descubra quais os tipos existentes e como encontrar o equilíbrio
26/04/2021
Você já ouviu falar em coping, ou mecanismos de enfrentamento? Sempre quando algo dentro de nós é engatilhado ou estamos vivendo em um estado de alerta eles são acionados.
De uma maneira resumida, a forma como lidamos com os problemas e reagimos diante de determinadas situações, são os nossos copings em ação. De acordo com a psicoterapeuta norte-americana Virginia Satir, existem diferentes maneiras de eles se apresentarem. Cada um irá desenvolver o seu de acordo com os aprendizados obtidos ao longo da vida. A maneira como nosso sistema familiar enfrenta os problemas, situações que acontecem durante a fase intrauterina e acontecimentos da infância contribuem para definir a maneira de enfrentar e resolver os problemas que surgem.
Abaixo trouxe os mecanismos de coping mais comuns, apontados por Satir:
Acusador
O mecanismo de enfrentamento de perfil acusador é aquele que sempre transfere a culpa do problema para os outros. Se tem problemas no relacionamento, a culpa é do cônjuge. Se passa por dificuldades financeiras, a culpa é da empresa que oferece um salário baixo. Existem muitos conflitos com os pais? Só acontecem porque eles que são incompreensíveis
Ou seja, o problema está sempre fora da pessoa, ela nunca chama a responsabilidade para si. Mas isso não acontece de forma pensada, é apenas o piloto automático indicando que tudo de errado que acontece é consequência de fatores externos.
Apaziguador
Diferentemente do caso anterior, para pessoas com esse tipo de coping o problema nunca está fora, está em si mesmo. Na tentativa de apaziguar e resolver as situações, sempre “assumem” a culpa pelos problemas. É como se somente essa pessoa fosse a responsável por tudo o que acontece. Por não suportar uma briga e, por exemplo, tentam a qualquer custo que todos fiquem bem, mesmo que para isso tenha que se culpabilizar e martirizar por algo que não fez.
Computador
Pessoas que costumam congelar suas emoções e lidar com as situações de maneira extremamente racional e analítica tem o perfil de coping computador. Normalmente, nesse tipo de mecanismo de enfrentamento os pensamentos ficam muito acelerados e a mente não para de pensar um minuto sequer. Outra característica é a frieza e dificuldade em demonstrar qualquer sentimento, por isso tentam resolver o problema apenas utilizando sua racionalidade.
Não se permitem sentir e viver as emoções e isso em algum momento pode fazer o sistema entrar em colapso.
Distrator
Distrator também é um dos mecanismos de enfrentamento existentes. É aquele perfil que se distrai muito. São aquelas pessoas que procuram fugas, podem trabalhar excessivamente e muitas vezes cometem até o abuso de substâncias como álcool e drogas.
Vivem em um mundo paralelo, mais ou menos como a “síndrome de Pollyana”. Sempre têm pensamentos positivos e falas como “tudo vai dar certo” e “está tudo bem”, mesmo diante do caos. Tudo isso apenas para não ter que enfrentar a realidade, já que qualquer ocasião estressante faz com que procurem por uma válvula de escape. Desse modo, não precisam olhar para o problema.
Cada pessoa possui apenas um tipo de coping?
Não necessariamente. De um modo geral, sempre existe um que se sobressai aos outros, mas geralmente as pessoas oscilam entre os diferentes. Dependendo da situação e da gravidade, podem experimentar os diferentes tipos de mecanismos de enfrentamento apontados. Muitas vezes, os gatilhos e os acontecimentos, de acordo com o nível que mexem com as feridas interiores, podem acionar um ou outro.
No decorrer do meu trabalho eu tenho observado muito disso e até me arrisco a complementar os 4 listados com mais um perfil: o de isolamento.
Algumas pessoas criam um bloqueio tão grande na hora de enfrentar os seus problemas que para fugir deles acabam se isolando. Mas, será mesmo que negar a situação é a melhor maneira de lidar com isso? Aliás, será que os mecanismos de enfrentamento citados anteriormente são a forma correta de encarar as adversidades da vida? Acredito que não e você deve imaginar o porquê de eu pensar assim. O equilíbrio é sempre a melhor solução para tudo.
E como conseguir encontrar esse equilíbrio?
Um pouco mais acima eu comentei que os mecanismos de enfrentamento podem ser acionados de acordo com os gatilhos. Esses, por sua vez, podem ter níveis distintos.
Um episódio traumático que deixou marcas muito profundas pode acionar um tipo de coping enquanto uma situação em que o nível da ferida não tenha sido tão profunda pode acionar outro. Não sei se fica claro dessa forma, mas é mais ou menos dessa forma.
Sendo assim, para que seja possível chegar a um equilíbrio é preciso buscar o entendimento das situações que apertam os seus gatilhos de coping. Avaliar as suas dores, as suas feridas e saber identificar quais são os acontecimentos que os acionam.
E isso só acontece quando a pessoa se propõe a praticar o autoconhecimento. A partir dele, muitas transformações ocorrem na vida. Inclusive a maneira como nós lidamos com os nossos problemas é modificada.
No caso específico do coping, a partir do momento que a pessoa descobre o seu gatilho, é como se treinasse a mente para não reagir diante dos problemas de forma instintiva.
Havendo o discernimento sobre isso, você passa a ter mais cautela e analisa a situação de forma mais centrada. Com foco total na resolução e não no problema em si.
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Muito bom. Você sempre fala e eu queria muito compreender. Enfim veio a explicação.