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Impactos que a dor da perda geram em nossas vidas e como superá-los

Impactos que a dor da perda geram em nossas vidas e como superá-los

17/08/2020

A perda, seja ela de qual natureza for, pode ser um processo doloroso e extenso. Mas passar pelas fases do luto e realmente compreender os significados implícitos que ele gerou na sua vida, é o ponto de virada para realizar a verdadeira superação.

 

Conhecer a dor da perda, saber que ela está lá, bem no fundo do coração, muitas vezes, não é o suficiente para chegar a uma resolução. Isso porque, além do aspecto explícito, é necessário acessar e se aprofundar naquilo que é mais visceral.

 

Podemos considerar o luto por diferentes situações. Uma delas é a perda definitiva de um ente querido, sejam eles familiares, amigos ou animais de estimação. Esses seres importantes em nossa vida partem para outra jornada fora do plano em que estamos vivendo. Não passar pelo processo de elaboração desse luto pode ser algo que vai emperrar sua vida.

 

Outra perda significativa é o aborto, espontâneo ou deliberado. Se trata de um ser vivo que se foi e o pesar desse não encontro pode limitar a sua caminhada mais para frente. 

 

Temos também a perda gerada por mudanças. Trata-se de um emprego que foi descontinuado, a necessidade por trocar de cidade ou de escola e sonhos que foram deixados de lado por algum motivo. 

 

Principalmente quando se é criança, essa perda pode ser muito significativa. São colegas e professores aos quais se era apegado na infância cujo relacionamento foi interrompido. Por fim, pode-se considerar também os términos de relacionamento entre duas pessoas.

 

Todos esses cenários afetam imensamente a vida de quem passa por eles. Muitos falam: “Deixa o tempo fazer o seu trabalho. O tempo cura.” Contudo é necessário passar pelas fases do luto, compreender seus significados explícitos e implícitos e elaborá-lo de forma que a perda não fique emperrada em sua vida. 

As fases do luto

 

Quais são, então, as fases do luto? Primeiramente, é preciso esclarecer a importantância em conhecer essas etapas. A elaboração do luto é o processo que nos ajuda, de fato, a compreender as raízes da dor e o impacto emocional que elas causam.

 

Esse processo, geralmente, é um movimento linear. As etapas são percorridas uma a uma, até chegar em seu pico final. Mas, às vezes, o luto pode ser uma jornada mais orgânica, em que se pula alguns estágios.  

 

As fases do luto, portanto, são cinco: negação, raiva, tristeza, negociação e aceitação. Entender como cada uma se desenrola e quais são as suas particularidades é importante para transitar por todas as etapas e chegar a uma resolução. 

 

A negação é o primeiro estágio, ela é o sentimento de não aceitação do término, de que algo ou alguém se foi e não voltará mais. A pessoa que passa por essa fase pode querer se enganar, negar a realidade e até mesmo esperar que o ente querido retorne.

 

A segunda fase é a raiva. Por não aceitar o fato ocorrido, o indivíduo que está no processo de luto fica com raiva da pessoa que foi e o deixou, da situação que causou o falecimento, de alguém que poderia ter evitado o episódio, da pessoa que informou a morte ou, até mesmo, de Deus e do Universo.

 

Como o sentimento de revolta não surtiu efeito, o próximo estágio é a tristeza. Se trata do sentimento de aflição e sofrimento. Nessa fase, a pessoa em luto repensa intensamente sobre a vida, sobre os seus comportamentos e sua relação com quem ama.

 

Chega-se, então, na etapa da negociação ou barganha. Aqui é quando começamos a compreender o processo, que não basta ser algo à nível de intelecto, mas que deve estar alinhado aos sentimentos e emoções. E é dessa maneira que a elaboração do luto pode acontecer.

 

Até que se alcança a aceitação, a última fase do luto. Ao ter passado por todas as outras, a pessoa é invadida por uma boa saudade. Nesse estágio choro é diferente, não mais com aquela tristeza arraigada. 

E como superá-lo

 

Então, como superar o luto? O primeiro passo a ser dado é, exatamente, entender essa dinâmica da perda. É preciso assimilar a nível cognitivo, linear e explícito. Mas somente esse entendimento pode não ser suficiente para alcançar uma resolução definitiva.

 

A chave é compreender e não somente entender. É preciso alcançar uma compreensão dos significados implícitos dessa perda. E é ao tocar esse intangível que o processo pode ter espaço para aflorar. Quando isso não acontece, as pessoas podem ficar emperradas em uma fase do luto por anos, décadas e talvez até mesmo a vida toda. 

 

É algo muito comum de ver, por exemplo, no processo de constelação familiar. O indivíduo conhece a perda, sabe aquilo que está explícito, mas não tem consciência do impacto emocional que a perda causou, das emoções reprimidas, do luto não elaborado, encapsulado e incubado dentro de si.

 

O problema quando passamos por um luto é que, dependendo do cenário, ele pode causar um impacto traumático dentro de quem passa por ele, criando aprendizados incorretos e incompletos, os quais são significados e crenças que podem reger e limitar sua vida. 

 

Por exemplo, uma criança que perdeu o pai muito nova pode sentir raiva por ele ter abandonado a sua família. Sente raiva por que ele foi embora e a deixou sozinha. Esse é um fato, na verdade, bem comum em perdas na infância e é, até mesmo, esperado.

 

Por isso, dentro de um processo terapêutico, o luto não pode ser elaborado apenas na parte cognitiva. É preciso se aprofundar para tocar nas emoções encapsuladas e incubadas dessa criança que sofreu a perda. É importante que seja dado voz a esse sentimento, pois ele carrega um significado intrínseco que deve ser estudado.

 

Assim, vemos que não existe uma técnica melhor que a outra para tratar do assunto. Apesar de serem todas relevantes, o que vai fazer a diferença é a capacidade de tocar o implícito, de acessar o que realmente está acontecendo dentro da pessoa enlutada.

 

Nesse sentido, alguns terapeutas apresentam maior aptidão para conduzir todo o processo, assim como a capacidade de ensinar os pacientes a fazerem o mesmo.

 

É claro que este não é um período fácil, muito menos indolor. Mas é necessário passar pelas fases e compreender profundamente os aspectos dos quais falamos aqui. No meu canal do Youtube, fiz uma live bem completa sobre como lidar com a dor de perder quem amamos. Se tiver um tempinho, confere lá que está bem legal!

 

Por fim, quero lembrar que é sempre um prazer tê-lo por aqui! Espero que este conteúdo tenha te ajudado de alguma forma. Até uma próxima!

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