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No útero, gêmeo com poucas chances de sobrevivência segura a mão da irmã

No útero, gêmeo com poucas chances de sobrevivência segura a mão da irmã

22/12/2021

Os gêmeos aparecem de mãos dadas no ultrassom (Foto: Reprodução/ Fox8)

Créditos: Matéria originalmente reproduzida da Revista Crescer online – 18 de fev de 2016

A gravidez de Britani McIntire tem sido difícil desde o início. Ela e o marido, Ian, já eram pais de duas meninas e não planejavam aumentar a família, quando descobriram a gestação. Para complicar, ao fazer os primeiros exames, o casal norte-americano descobriu que ela não esperava somente um, mas dois bebês.

Mais adiante, ao continuar com o pré-Natal, Ian e Brittani descobriram que uma das crianças não se desenvolvia como era esperado. Enquanto a menina, a quem deram o nome de Madilyn, pesava 2 kg, o menino, Mason, tinha somente 255 g. Os médicos também descobriram que ele tinha um buraco no coração e uma deformação no cérebro. De acordo com entrevista do casal ao canal norte-americano FOX8, as chances de sobrevivência dele são poucas. O problema do coração até poderia ser corrigido com uma cirurgia, mas não é possível operá-lo, por conta da condição do cérebro.

 

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No último ultrassom, realizado nesta quarta-feira (17), Ian e Brittani tiveram uma surpresa emocionante. Pela imagem, dava para ver que o pequeno estava segurando a mão da irmã gêmea dentro do útero. “Sabemos que temos um registro deles juntos que vai durar para sempre e especial ter isso”, disse o pai.

“Só é bom, com tudo o que está acontecendo, eu estou abraçando e carregando-o, mas eu só queria estar lá por ele”, disse a mãe. “Ela [Madilyn] é a única que pode estar lá, o abraçando em meio a tudo isso, então, é reconfortante saber que, se ele não resistir, ele não vai estar sozinho”, concluiu.

Segundo Manoel Augusto Bissaco, terapeuta e especialista em Psicologia Pré e Perinatal, ciência que estuda o desenvolvimento e evolução do indivíduo desde a pré-concepção até os 2 anos de idade, afirma que esse tipo de perda ainda dentro do útero é chamada de Síndrome do Gêmeo Desvanecido ou Evanescente.

Por se tratar de uma experiência que aconteceu ainda na fase de desenvolvimento embrionário, deixam marcas profundas em nosso ser, atingindo dessa forma o campo somático, emocional e energético de cada um.  A Psicologia Pré e Perinatal se refere como uma síndrome que precisa ser reconhecida e tratada ao longo da vida. Manoel enfatiza que essa dinâmica é considerada pelos especialistas como uma das maiores e mais desafiadoras dores que o ser humano pode enfrentar “porque além de ser difícil de ser reconhecida por estar soterrada em muitas camadas inconscientes, também se trata de uma ruptura do maior vínculo que pode existir, que é a perda de irmãos gêmeos”, esclarece.

 

“É comum imaginarmos que a conexão mais profunda foi com nossa mãe, nossa progenitora que nos abrigou em seu ventre por 9 meses, onde ficamos ligados e nutridos por um cordão umbilical. Mas não é verdade. A conexão com irmão gêmeo é muito mais íntima e visceral e fica registrada para sempre nas células, no corpo, no espírito e na alma”, complementa Bissaco.

O especialista revela ainda que nossas células tem uma estrutura completa de armazenamento de memórias. “Essas informações ficam bem longe da nossa consciência, mas ficam registradas em nosso corpo antes mesmo de nascermos. Absorvemos tudo que está ao nosso redor, desde o útero como por exemplo sua toxidade, mucosas e textura, como também do lado externo. Comportamentos de nossa mãe, do que ela se alimenta, se foi uma gravidez  desejada ou não, os sentimentos e sensações boas e ruins experimentadas pela mãe que acontecem ao longo da gestação”, diz.

 

A síndrome do Gêmeo Desvanecido é muito mais comum do que parece. Muitas tentativas foram feitas para gerar estatísticas, mas devido a cada tipo de análise e exames submetidos, os resultados eram diferentes, pois dependiam da perspectiva que cada pesquisa realizada era vista.

 

Mas é importante ressaltar que existe uma concordância entre os profissionais quando se trata da prática clínica. No caso de William Emerson, Phd e considerado o pai da Psicologia Pré e Perinatal varia de 30% a 80%, Graham Farrant e Ray Castellino contabilizam 60% e para Manoel Augusto em sua própria experiência com casos clínicos varia de 60% a 65%.

 

Então constatamos que grande parte das pessoas começaram suas vidas acompanhadas por um irmão ou irmã no estágio precoce da gravidez e testemunharam, ainda que frágil e em formação embrionária, o drama de presenciar o seu irmão gêmeo, desaparecendo ao seu lado. Na maioria dos casos, nem a mãe percebe que perdeu algum embrião, já que normalmente a perda ocorre ainda na fase anterior de implantação no útero ou no início da g

estação sob forma de sangramento.

 

De acordo com Manoel, essa perda do irmão gêmeo durante a gravidez, ainda que não haja consciência, pode acarretar consequências severas de vínculos posteriores ao longo da vida e será experimentado muitos comportamentos disfuncionais. Alguns padrões comportamentais são influenciados por esse acontecimento, moldando inclusive nossa personalidade e o modo de ser, pensar e agir na vida adulta.

 

Alguém que passou por isso, sofre durante toda a vida as consequências do que foi vivido no útero, gerando feridas profundas até hoje mesmo desconhecendo as raízes, mas lutando diariamente contra os sintomas percebidos. “Toda a experiência intrauterina faz parte da formação afetiva e emocional do bebê, ou seja, qualquer possível trauma ou choque que ele sinta no início da sua existência poderá interferir na sua jornada, tanto em relações amorosas, familiares, profissionais, com amigos e os próprios pais”, explica.

Dessa forma, o gêmeo sobrevivente merece atenção e cuidado especial em relação aos sintomas que pode desenvolver. Na vida adulta costuma gerar muitas crenças e limitações, como por exemplo “o velho sentimento de solidão, culpa, medo do abandono e de criar conexões, sensação de vazio são alguns dos efeitos mais comuns de quem faz parte das estatísticas da Síndrome do Gêmeo Desvanecido.

 

Principais sintomas que acometem um gêmeo sobrevivente:

– Sensação de solidão, vazio constante e incompleto

– Dificuldade com despedidas

– Busca incessante por algo ou alguém (ex: alma gêmea, mudança constante de trabalho)

– Troca constante de parceiros afetivos e terapeutas

– Sentir-se incapaz ou “Não sou bom o suficiente”

– Dificuldade de confiar e se entregar em relacionamentos

– Perder a alegria de viver e de obter novas conquistas

– Procrastinação em excesso

– Depois de algo bom, sempre vem algo ruim

– Buscar a imperfeição em outras pessoas

– Por mais que eu me esforce eu não consigo

– Meus sonhos escapam das minhas mãos

– Comprar objetos sempre em pares

 

 

Entenda os níveis da perda precoce de gêmeos:

De acordo com o especialista e clínico em PPN, Dr. William Emerson, Phd. existem quatro tipos de circunstâncias que podem causar a perda precoce de gêmeos.

Cada um é relevante, pois individualmente pode contribuir para a formação de distintas impressões emocionais e psicológicas no gêmeo sobrevivente:

  1. O primeiro tipo é a perda espontânea de gêmeos que ocorre por causas naturais durante uma gravidez desejada. A marca para o feto é a busca incessante ao longo da vida para aquele que partiu. Esse tipo de perda de gêmeos é o menos traumático.
  2. O segundo tipo é uma perda espontânea de gêmeos que ocorre durante uma gravidez indesejada. A impressão além da própria perda é de não ser desejado e rejeitado pelos pais. Este tipo de perda de gêmeos é mais traumática do que a primeira.
  3. O terceiro tipo de perda que ocorre é a partir do sucesso parcial de tentativas de aborto, em que um dos gêmeos sobrevive. A impressão além da própria perda é de se sentir rejeitado também e de ser deixado sozinho no útero para continuar a desenvolver-se por si próprio. Esse tipo de perda de gêmeos pode ser devastadora.
  4. O quarto tipo ocorre através do processo de redução seletiva que é frequentemente usado em tecnologias de reprodução artificial. (fertilização in vitro). O imprint é semelhante aquele deixado pelas tentativas de aborto, mas pode ser ainda mais doloroso porque pode haver perdas de gêmeos para enfrentar, pois há frequentemente a fertilização de vários óvulos.

 

ALERTA IMPORTANTE

Mas o especialista faz um alerta importante: Não é tão simples identificar e mesmo que isso ocorra não resolverá o problema. É preciso iniciar um acompanhamento que envolva conhecimento sobre o campo da Psicologia Pré e Perinatal, reconhecer e entender o impacto disso de forma individual na vida de cada pessoa e principalmente, ter um acompanhamento terapêutico com profissionais capacitados no campo da  Psicologia Pré e Perinatal e também especialista em traumas.

Um dos processos terapêuticos exclusivos e de autoria de Manoel Augusto, chama-se “Vivência Sempre com meu Gêmeo”. Ela foi desenvolvida e organizada à partir de vários especialistas do campo da Psicologia Pré e Perinatal. É uma terapia regressiva intrauterina em grupo que acontece em 3 dias de forma presencial. Nessa experiência você entrará em contato com o contexto na qual a perda aconteceu, bem como na resolução das dinâmicas disfuncionais que começam a acontecer a partir dali.

  • Nos dias 28, 29 e 30 de janeiro acontece a Vivência “Sempre com Meu Gêmeo” na cidade de São Pedro, interior de SP, especificamente sobre essa temática.

 

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Uma responsta para “No útero, gêmeo com poucas chances de sobrevivência segura a mão da irmã”

  1. Maria de Lourdes vasconcellos disse:

    Muito bom e interessante. Gratidão !

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