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O que o filme Soul nos ensina sobre o início da vida?

O que o filme Soul nos ensina sobre o início da vida?

22/02/2021

Ultimamente muito tem se falado sobre o filme Soul, da PIXAR. Já tem algum tempo que eu assisti à animação, e entendi porque se tornou um longa-metragem tão comentado. É simplesmente incrível e traz reflexões muito interessantes para as nossas vidas. Aliás, me arrisco até a dizer que é como uma lição, que devemos estudar com muita atenção. 

Hoje, gostaria de compartilhar um ponto específico do filme, de acordo com a minha percepção. Baseada nas minhas experiências e na minha visão de mundo. Portanto, se você também assistiu ao filme, não se preocupe caso discorde da maneira como eu recebi essa mensagem. Cada um interpreta as coisas à sua maneira. 

Mas, de qualquer forma, é sempre enriquecedor se permitir enxergar as coisas sob outra perspectiva. E a que eu quero trazer hoje, também tem uma relação direta com o meu trabalho de Psicologia Pré e Perinatal.

 

Um pequeno resumo do filme Soul

Apenas para contextualizar, acho indispensável trazer um resumo (sem spoiler, é claro), caso ainda não tenha assistido.

A animação conta a história de Joe Gardner, um músico que morre ao cair num bueiro horas antes de realizar um dos maiores sonhos da sua vida. Dando-se conta do ocorrido, Joe, que agora é representado apenas pela sua alma, tenta fugir da esteira que o leva para o “além da vida”. 

Porém, essa fuga faz com que ele caia no buraco da “pré-vida”, que é onde as almas das crianças se preparam para nascer. Aliás, nesse local há também a “escola da vida”, em que essas inocentes almas aguardam a definição de suas personalidades e de seu propósito, para que finalmente estejam prontas para viver. Acontece que, para isso, são enviados mentores que ajudam essas almas a encontrar essas respostas. Esses, por sua vez, são pessoas que tiveram uma história de vida inspiradora e, por isso, tem algo relevante a ensinar. 

Joe, tentando de todas as formas voltar ao seu corpo, toma o lugar de um desses mentores na esperança de reviver.  Com isso, acaba se juntando a 22, uma alma que reluta em viver, pois nunca consegue encontrar graça “no mundo terreno”. Joe e 22 são completamente opostos: o músico quer voltar à vida de qualquer maneira, enquanto 22 não consegue visualizar um propósito para viver. 

A união dos dois, portanto, é que os faz perceber que para serem completos, é preciso uma parte da alma que ninguém pode definir, a não ser eles mesmos. 

Mas para não estragar as surpresas, hoje vou focar apenas naquilo que seria “a escola da vida”.

 

A vida “começa antes de começar” 


Como especialista em Psicologia Pré e Perinatal, não posso deixar de citar essa questão. Se me acompanha, sabe que por diversas vezes eu trago questões relacionadas ao início da vida e dos nossos aprendizados emocionais.  

O diretor do filme, Peter Docter, delicadamente, também nos faz olhar para isso. A “pré-vida”, que prepara as almas, faz com que as crianças cheguem ao mundo cheias de aprendizados. Aquilo que aprendem, as conexões que fazem, os interesses despertados e a personalidade que adquirem, são justamente o que molda sua forma de ser e viver. 

Trazendo para o meu mundo, é fantástico perceber que um filme tão bem conceituado traz essa reflexão à tona. 

Nossa vida começa muito antes do que imaginamos, nunca nascemos como uma folha em branco. Temos ao mesmo um rascunho sobre o que está por vir. 

Tudo o que acontece conosco, antes mesmo de nascermos, serve como um guia. A partir dessas vivências, nossos pensamentos, ações e padrões comportamentais são definidos. Isso não quer dizer, portanto, que sempre serão dessa maneira. Eles podem se alterar conforme vamos crescendo e experimentando novas experiências. 

O que o filme Soul nos remete, é exatamente isso. Existe o “algo antes” do nascimento, e isso não pode ser negado. Antes de sermos quem somos, também fomos parte de nossos antepassados e vivenciamos, mesmo indiretamente, outras histórias. Carregamos cargas genéticas e emocionais daqueles que vieram antes de nós. 

De alguma maneira, podemos pensar no fato de na fase da “pré-vida”, as almas aprendizes serem ensinadas por mentores que viveram antes delas.

Os ensinamentos, as crenças, a forma como viveram, sua visão de mundo. Tudo isso é “repassado” para essa nova geração. E são o que vai definir no que aquela pequena alma se tornará futuramente. 

Claro que não é exatamente assim que funciona, mas acho que me fiz entender. Algumas coisas, antes mesmo de nós nascermos, já existem.

 

Tudo que acontece em nossas vidas é um tipo de ensinamento

 

Episódios traumáticos, (novos) aprendizados incorretos e incompletos, contextos familiar e sociocultural. São algumas situações que podem colaborar para definir o modo de ser de alguém. Principalmente, quando ocorridas no período intrauterino. Sejam acontecimentos positivos ou negativos, sempre serão como ensinamentos. 

Ainda utilizando a fase da pré-vida, do filme Soul, como exemplo, podemos pensar na alma como o feto. Ele está lá, na escola da vida, que é o útero, enxergando o mundo sobre a perspectiva da mãe e de outras pessoas. 

O que acontece com a mãe, também atinge o bebê. O que ela ouve, as emoções que sente, a maneira como se comporta, tudo isso fica emocionalmente armazenado no feto. Que está apenas se preparando para encarar a vida como ela é. Com base nas referências que recebeu sobre ela.  

A vida, portanto, é apenas um reflexo de tudo o que aprendemos.

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8 Respostas para “O que o filme Soul nos ensina sobre o início da vida?”

  1. Ademir disse:

    Bom dia sou Ademir, psicólogo clínico. Achei bem interessante suas colocações…(não assisti o filme). Acompanho seus vídeos a pouco tempo…tem muita coisa que quero aprender para enriquecer minha abordagem com meus clientes.

  2. Simone Garcia Sanguiné disse:

    Eu assisti o Soul com meu filho de 11 anos, foi sem dúvidas um presente para nós 🙏✨
    Ontem mesmo me perguntaram o que eu quero pra minha vida?
    Confesso que me causou um grande mal estar esse questionamento e que fiquei sem respostas … isso me assustou! Estou com 42 anos, tenho um filho que é uma grande benção pois foi um desejo profundo do meu coração ser canal pra sua chegada a esse mundo e tenho imensa gratidão por ele ter me escolhido. Já me apaixonei por minha primeira profissão e depois desapaixonei, passei por 3 casamentos, já chorei rios, faço terapia a anos e pretendo nunca deixar de fazer 🙏✨ hoje escolhi viver um dia de cada vez e deixar o Universo me conduzir…e já pedi ao Universo pra me ajudar a encontrar resposta a essa pergunta que tanto me assustou…

  3. Maria de Lourdes verza brusgui disse:

    Gratidão por compartilhar sua sabedoria achei que realmente é assim mesmo que acontece conosco carregamos as cargas dos antepassados sem perceber

  4. Mara Rosani Santos disse:

    Viemos com uma bagagem enorme de informações de outras vidas preexistentes, e nossa missão se pode assim dizer e como numa escola sempre passar de ano, porque estaria sempre repetindo as mesmas lições, as vezes alguns espíritos se deparam com suas mães no qual em outras vidas foram abortados ou quem sabe por outros desafetos e até relutam em vir mas são traumas a serem trabalhadas tanto por um lado como por o outro lado mas que ficam registros no perispírito e fragmentos celulares de traumas de emoções de medos e angústias de regeicoeis outras emoções, mas enfim todos nós temos histórias pregressa senão não haveria uma continuação e um e uma evolução a seguir.

  5. malgarete disse:

    Gostei da tua análise, vou assistir o filme, despertou meu interesse. Obrigada!

  6. MARIA Dasdores disse:

    Essa análise filme, nós traz uma grande reflexão e ensinamento sobre a vida pós vida.

  7. Maria disse:

    Muito bom! 👍

  8. Maria disse:

    Tem tudo a ver!…
    Se encaixa perfeitamente na minha história de vida!
    Tive uma mãe, emocionalmente doente…chorava mais que falava, pensava sempre negativo. Sempre interrompeu meus vôos com medo de me perder. Minha vida é o reflexo disso… Tenho certeza que meus maiores traumas vem desde o útero.

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