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“Eu não pedi para nascer”: Como experiências prévias ao nascimento influenciam sua vida

“Eu não pedi para nascer”: Como experiências prévias ao nascimento influenciam sua vida

07/05/2025

“Eu não pedi para nascer”: Como experiências prévias ao nascimento influenciam sua vida

Você já disse ou ouviu alguém dizer a frase “Eu não pedi para nascer”?

Se, em sua vida adulta, você sente dificuldades para prosperar, construir relacionamentos saudáveis ou até mesmo uma sensação persistente de não querer estar aqui, pode ser que sua história antes do nascimento esteja influenciando profundamente sua trajetória.

A Psicologia Pré e Perinatal nos mostra que nossa jornada começa muito antes do parto – nossas experiências antes mesmo da concepção podem deixar marcas profundas em nosso sistema nervoso e psique. Essas influências ocorrem desde a decisão da alma de encarnar até o momento da concepção e os primeiros estágios de desenvolvimento dentro do útero.

Com mais de 16 anos de prática clínica, observei que entre 40% e 50% das pessoas que atendo manifestam, de forma consciente ou inconsciente, um sentimento de “não queria estar aqui”. Esse conflito interno pode ser um grande bloqueio para a prosperidade, o bem-estar emocional e a capacidade de criar vínculos seguros.

Afinal, de onde vem esse sentimento?

"Eu não pedi para nascer!"

A História de Juliete: Quando a Vida Parece um Castigo

Juliete nunca entendeu por que sentia uma desconexão com a vida e uma tristeza muito profunda, porém sem uma justificativa clara. Tinha uma boa profissão, um marido que a apoiava e duas filhas que a amavam muito. Mesmo assim, havia algo dentro dela que a impedia de se sentir verdadeiramente conectada à vida.

Ela escondia esse sentimento de todos. Parecia que, se falasse sobre isso, seria vista como alguém ingrata ou sem razão para estar triste. Mas algo em seu olhar – vago e distante – revelava que algo muito mais profundo estava acontecendo.

No nosso primeiro contato terapêutico, essa impressão foi clara.

Com o tempo, à medida que avançávamos na terapia somática Pré e Perinatal, Juliete acessou camadas profundas de sua história. Durante a exploração dos estágios da pré-concepção, uma emoção intensa tomou conta dela.

Ela descreveu a sensação de estar sendo abandonada por Deus, como se fosse forçada a vir para a Terra contra sua vontade. O sentimento predominante era de desamparo e exílio, como se a vida fosse uma punição e não uma dádiva.

O momento mais impactante aconteceu quando trabalhamos o estágio chamado Surveillance (Vigília), descrito por William Emerson. Nesse estágio, a alma olha para trás, para onde veio, e para frente, para onde está indo.

Ao olhar para trás, Juliete sentiu o peso do abandono e da desconexão. Quando olhou para frente, para a família onde nasceria, o mesmo vazio profundo tomou conta dela. Percebeu que seus pais não estavam conectados emocionalmente um com o outro e que sua chegada não seria celebrada.

Foi ali que sua percepção sobre a vida criou um filtro que distorceria sua experiência futura, moldando a forma como ela veria o mundo, as relações e sua própria existência.

Essa sensação de não pertencimento permaneceu em sua vida adulta. Durante a terapia, relembrou momentos onde sabia que algo bom estava acontecendo, mas não conseguia sentir alegria. A barreira emocional construída desde a pré-concepção a impedia de acessar as experiências positivas da vida.

Mas, ao reviver esses momentos e compreender suas origens, Juliete começou a sentir de fato o amor de sua família e reconhecer tudo de bom que a vida lhe oferecia. Ela não apenas entendeu sua desconexão – começou a dissolvê-la.

"Eu não pedi para nascer!"

A História de Érika: Quando o Mundo Parece um Lugar Hostil

Érika (nome fictício)

Após uma agressão verbal sofrida em seu ambiente de trabalho, Érika passou por noites de insônia, crises de ansiedade e uma angústia no peito que parecia impossível de aliviar, mesmo tentando diversas abordagens terapêuticas. Quando me procurou, relatou que os sintomas haviam surgido imediatamente após o ocorrido, e sua principal angústia era não entender por que aquilo a afetara de forma tão intensa.

Para muitos terapeutas, é tentador acreditar que todas as reações emocionais, por mais intensas que sejam, têm como única causa o evento que as desencadeou. No entanto, ao conversar com Érika, senti que algo muito mais profundo estava acontecendo. Como já havíamos explorado aspectos da sua gestação e do nascimento em sessões anteriores, fiquei curioso sobre a fase da pré-concepção.

Então, fiz uma pergunta direta a ela:

— O que você acredita que seja o mundo para você?

Sua resposta veio rápida e carregada de emoção:

Um lugar de violência, discórdia e sofrimento.

Naquele momento, um arrepio percorreu meu corpo, pois uma energia intensa preencheu a sala. A sensação era de que, pela primeira vez, algo essencial estava vindo à tona.

Eu disse a ela:

— Quero que você repita uma frase e observe como seu corpo e suas emoções reagem.

Ela concordou, e eu a convidei a dizer:

Eu não quero ir para este lugar de violência, discórdia e sofrimento.

Assim que proferiu as palavras, lágrimas incontroláveis começaram a escorrer pelo seu rosto. O choro era profundo, como se uma barreira interna estivesse sendo rompida. À medida que explicava a ela sobre como muitas almas sentem-se forçadas a estar aqui e como isso pode gerar uma resistência inconsciente à vida, vi algo se transformar em seu olhar. Era como se, finalmente, tudo começasse a fazer sentido.

Nas sessões seguintes, Érika relatou que as crises de ansiedade e a insônia haviam cessado completamente. Aos poucos, fomos elaborando esse choque da pré-concepção em diferentes camadas, permitindo que sua relação com a vida deixasse de ser marcada por uma distorção inconsciente e passasse a ser vivida com mais presença, aceitação e plenitude.

"Eu não pedi para nascer!"

O Caso de Paula: A Herança Que Queria Escapar de Suas Mãos

Me lembro como se fosse hoje das primeiras palavras de Paula ao entrar na sala de atendimento. Sua voz estava carregada de angústia, e seus olhos, mesmo tentando disfarçar, refletiam um desespero profundo:

“Eu ganhei uma herança e já perdi metade do dinheiro. Por favor, me ajude a não perder a outra metade.”

Ao iniciarmos nossa conversa, logo percebi que Paula não era alguém sem conhecimento sobre processos internos. Pelo contrário, ela era terapeuta e ensinava constelações familiares há mais de 10 anos.

Já havia trabalhado com inúmeras pessoas, ajudando-as a compreender suas histórias e padrões familiares. No entanto, quando se tratava de sua própria vida, sentia que algo ainda estava fora de seu alcance.

“Já fiz várias constelações sobre prosperidade, explorei tudo que podia, mas nada está resolvendo. Ainda sinto que estou jogando meu dinheiro fora e não consigo evitar. Parece que existe algo mais profundo. Será que você pode me ajudar além do que as constelações podem alcançar?”

Paula havia recebido uma grande quantia de herança, mas metade já tinha desaparecido. Não foi por gastos impulsivos ou extravagâncias. Ela explicou que estava investindo, mas, no fundo, sentia que escolhia justamente os investimentos que iriam falhar.

“É como se eu brincasse comigo mesma… ‘É aqui que vou perder dinheiro? Então é aqui que vou investir.’”

O tom era de ironia, mas, por trás disso, havia algo muito mais profundo acontecendo. Uma parte dela parecia determinada a perder esse dinheiro – e era essa parte que precisávamos entender.

Ela estava aterrorizada com a possibilidade de perder o que restava da herança e, ao mesmo tempo, não conseguia evitar o padrão de escolhas prejudiciais.

"Eu não pedi para nascer!"

O Que a Constelação Familiar Não Explicava

Paula já havia trabalhado profundamente suas questões nos campos das constelações familiares.

Ela explorou possíveis influências transgeracionais, padrões familiares inconscientes, culpas herdadas, lealdades invisíveis ao sistema familiar e tudo o que o método poderia oferecer.

E, no entanto, a resposta ainda não havia sido encontrada.

Esse é um ponto fundamental: a constelação familiar é uma ferramenta poderosa, mas não alcança certas camadas mais primordiais do ser.

Foi exatamente por isso que Paula me procurou. Ela queria saber se existia algo mais profundo, além do que a constelação conseguia acessar.

E foi quando fiz uma simples pergunta que abriria um novo caminho:

A Peça Que Faltava: A Saudade do Lar Divino

“Você tem filhos?” – perguntei.

“Sim, dois.” – respondeu.

Foi quando Paula compartilhou algo que me chamou a atenção:

“Desde pequenos, eu sempre dizia a eles para crescerem e se virarem sozinhos rapidamente, porque eu não ia ficar muito tempo aqui.”

Aquilo me trouxe um grande insight.

Pedi que ela fechasse os olhos, respirasse profundamente e, em um gesto simbólico, colocasse as mãos no peito enquanto repetia em voz alta:

“Tenho saudades de casa.”

Naquele instante, um rio de emoções se abriu.

Paula começou a soluçar incontrolavelmente. Suas lágrimas eram intensas, carregadas de um luto que até então ela não compreendia.

Após alguns minutos chorando profundamente, ela olhou para mim, ainda ofegante, e perguntou:

“O que está acontecendo comigo?”

Respondi com calma:

“O que você está sentindo tem nome. No campo da Psicologia Pré e Perinatal, chamamos de ‘Saudade do Lar Divino’.”

Expliquei a Paula que algumas almas carregam um desejo inconsciente de voltar para ‘casa’, como se tivessem sido arrancadas de um lugar de amor e segurança para um mundo desconectado e frio.

Essa saudade profunda pode gerar um vazio inexplicável, fazendo com que a pessoa, sem perceber, crie padrões autossabotadores que reforcem esse desejo de “voltar”.

Mais lágrimas vieram, mas, dessa vez, havia um brilho nos olhos de Paula. Ela não apenas compreendia o que eu dizia – ela sentia que fazia sentido em um nível profundo.

“Eu sinto isso desde que era criança!” – exclamou, com uma mistura de alívio e espanto.

A Relação Entre a Saudade do Lar e a Perda do Dinheiro

Naquele momento, propus uma reflexão:

“Se uma parte de você sente que não pertence a este mundo e quer ‘voltar para casa’, por que você seguraria o dinheiro? Para que precisaria dele?”

Paula ficou em silêncio por alguns instantes. Então, como se uma ficha enorme tivesse caído, seus olhos se arregalaram.

“Meu Deus… faz todo sentido!”

Ela percebeu que perder dinheiro não era um erro ou um acaso. Era uma forma de satisfazer a parte dela que não queria estar aqui.

O dinheiro simbolizava vida, estabilidade e permanência – e, se uma parte dela queria partir, fazia sentido que outra parte sabotasse qualquer segurança material.

Nossa primeira sessão terminou com um alívio visível. Pela primeira vez, Paula entendia o que estava acontecendo de verdade. Mas sabíamos que o trabalho ainda não havia terminado.

A Complementaridade da Psicologia Pré e Perinatal com a Constelação

O caso de Paula nos mostra algo essencial:

A constelação familiar é uma ferramenta valiosa, mas existem níveis ainda mais primordiais da nossa existência que precisam ser explorados.

A Psicologia Pré e Perinatal (PPN) nos permite acessar registros que vão além da ancestralidade e das dinâmicas familiares. Ela nos leva até o ponto de origem, até o primeiro imprinting de nossa existência – a pré-concepção, a gestação e o nascimento.

Paula compreendeu que, embora as constelações tenham um impacto profundo, o seu padrão específico vinha de um nível ainda mais ancestral: sua própria jornada antes da encarnação.

"Eu não pedi para nascer!"

A Transformação: Vínculo com a Vida e com a Prosperidade

Nos encontros seguintes, trabalhamos profundamente nos traumas da pré-concepção de Paula, camada por camada.

Exploramos a origem desse desejo de partir e ajudamos seu sistema a integrar a experiência da encarnação de forma mais segura e acolhedora.

Em um dos momentos mais marcantes do processo, Paula percebeu que sua falta de vínculo com os próprios filhos também estava ligada à Saudade do Lar Divino. Se ela não sentia que queria permanecer aqui, como poderia se conectar completamente com eles?

Com o tempo, seu vínculo com os filhos se fortaleceu e, para sua surpresa, ela não perdeu a outra metade da herança.

Agora, ela conseguia cuidar do seu dinheiro sem inconscientemente querer se livrar dele.

O que antes era uma batalha contra um comportamento autossabotador passou a ser uma nova percepção sobre sua relação com a vida e com a Terra.

Conclusão: A Jornada de Retorno à Vida

As histórias de Juliete, Érika e Paula nos mostram algo essencial: muitas das dificuldades que enfrentamos na vida adulta não têm sua origem apenas em eventos conscientes ou em padrões familiares herdados. Há camadas ainda mais profundas que influenciam nossa existência desde antes da concepção.

Cada uma dessas mulheres carregava um padrão inconsciente que moldava suas experiências e escolhas. Juliete vivia em um estado de desconexão emocional, sem compreender por que não conseguia se sentir verdadeiramente presente e feliz, até que acessou a dor do abandono cósmico na pré-concepção. Érika, ao sofrer uma agressão verbal, viu reacender um medo primitivo de existir em um mundo que sempre lhe pareceu hostil, confirmando um imprinting de resistência à encarnação. Já Paula, ao perder metade da sua herança, acreditava estar se autossabotando, mas na realidade estava expressando, em um nível profundo, um desejo inconsciente de partir.

Esses casos ilustram como as marcas deixadas no período Pré-Concepcional e gestacional podem nos aprisionar em padrões invisíveis, influenciando nossos relacionamentos, nossa capacidade de prosperar e nossa forma de nos vincularmos à vida. Não importa quão bem-sucedida, estudada ou autoconsciente uma pessoa seja – se há um imprinting de não pertencimento, ele continuará influenciando suas decisões, seus vínculos e até mesmo suas experiências materiais.

A Psicologia Pré e Perinatal e os Traumas da Pré-Concepção

William Emerson identificou 17 estágios da pré-concepção, cada um representando um momento crucial na jornada da alma para a vida terrena. Esses estágios podem ser vivenciados de forma extática, neutra ou traumática, dependendo da experiência única de cada ser.

Entre esses estágios, alguns exemplos ilustram como essa fase pode impactar profundamente nossa percepção sobre a vida:

  • Surveillance (Vigília): A alma percebe onde esteve e para onde vai. Se o ambiente familiar futuro parece desolador ou hostil, pode gerar medo e resistência ao nascimento.
  • O “Choque de Separação”: Muitas almas relatam a sensação de serem arrancadas de um estado de unidade e lançadas em um mundo desconhecido. Isso pode gerar padrões profundos de medo, ansiedade e insegurança.
  • Dúvida e resistência à encarnação: Algumas almas sentem que não querem vir, mas não têm escolha. Isso pode se manifestar como resistência à vida, sensação de deslocamento e uma dificuldade constante em se envolver profundamente com a experiência terrena.

"Eu não pedi para nascer!"

Como Esses Traumas Se Manifestam na Vida Adulta?

As experiências vividas antes da concepção podem gerar padrões inconscientes que afetam diferentes áreas da vida.

  • Dificuldade em prosperar → Uma alma que não quer estar aqui vai prosperar para quê? Se, no fundo, sente que não pertence à Terra, pode desenvolver bloqueios financeiros e profissionais.
  • Dificuldade em criar vínculos saudáveis → Pessoas que absorveram um senso de rejeição podem ter dificuldade em confiar e se conectar emocionalmente, sentindo-se sempre à margem dos relacionamentos.
  • Sentimento de não pertencimento → Uma sensação constante de ser um “exilado” no mundo, sem lugar de acolhimento, podendo gerar depressão e distanciamento emocional.

Principais Experiências Relacionadas à Pré-Concepção

Saudade do Lar Divino: A Busca Incessante por Algo que Não se Pode Nomear

Muitas almas escolhem encarnar, mas carregam dentro de si uma saudade profunda de um lugar que não conseguem nomear – um sentimento de nostalgia por algo imaterial, uma sensação de deslocamento que as acompanha ao longo da vida.

Esse vazio inexplicável pode se manifestar como uma busca incessante por completude, seja através de experiências intensas, viagens, relacionamentos ou conquistas materiais. No entanto, por mais que alcancem novos objetivos, a sensação de plenitude parece sempre escapar, deixando a impressão de que algo essencial ainda falta.

Essa sensação também pode levar a uma busca espiritual intensa, muitas vezes transformada em obsessão: a necessidade de entender Deus, de reconectar-se com um estado de unidade, de sentir pertencimento a algo maior. Algumas pessoas sentem-se desconectadas da vida terrena e desenvolvem um forte desejo de voltar ao que chamam de “lar”, como se estivessem em um exílio da verdadeira casa da alma.

Esses sentimentos, muitas vezes inconscientes, moldam escolhas, relacionamentos e até o sentido de propósito na vida. Compreender essa saudade profunda e reconhecer suas raízes pode ser um passo essencial para integrar a experiência terrena de maneira mais plena e significativa.

Arrependimento da Escolha: Quando a Alma se Desencanta com a Vida

Nem todas as almas chegam à Terra com resistência. Muitas decidem encarnar com entusiasmo, carregando um propósito claro e uma sensação de missão. No entanto, algo pode mudar no caminho. Esse arrependimento não surge no momento da decisão de vir, mas sim ao longo do processo de pré-concepção, quando a alma começa a se conectar com a energia e o ambiente da família que a receberá.

Esse desencanto pode acontecer por diversos motivos, como:

  • O impacto do ambiente familiar – Ao perceber que a família que a acolherá está emocionalmente desconectada, marcada por traumas ou espiritualmente limitada, a alma pode sentir que não terá suporte suficiente para expressar seus dons e viver sua grandeza. O choque entre sua intenção inicial e a realidade que encontra pode gerar uma sensação de frustração e arrependimento.
  • A carga transgeracional – Se a família carrega um histórico profundo de sofrimento, violência, rejeição ou padrões destrutivos, a alma pode sentir que está entrando em um campo denso demais, onde será difícil cumprir sua missão ou manter sua luz acesa. Isso pode gerar um sentimento de peso e dúvida sobre a decisão de vir.
  • A perda de um gêmeo – Algumas almas escolhem encarnar junto com um gêmeo, mas acabam perdendo essa companhia ao longo do processo gestacional. Essa perda pode ser devastadora, pois o vínculo entre gêmeos é extremamente profundo e, muitas vezes, carregam uma missão compartilhada. A alma sobrevivente pode sentir que estar aqui sem seu gêmeo não faz mais sentido, gerando um profundo luto e arrependimento.

Quando esse imprinting se estabelece, a pessoa pode carregar ao longo da vida uma sensação inexplicável de deslocamento, como se estivesse no lugar errado, ou uma dificuldade em se conectar plenamente com a vida. Pode surgir um sentimento de vazio, um medo inconsciente de se comprometer com sua própria jornada e até uma resistência a florescer e prosperar.

Reconhecer esse arrependimento e suas origens pode ser um passo essencial para ressignificar a vinda ao mundo, encontrar novas formas de pertencimento e permitir-se viver com plenitude, apesar dos desafios iniciais dessa jornada.

Sensação de Abandono Cósmico ou Exílio Divino

Para algumas almas, a transição do plano espiritual para a vida terrena não é apenas um processo de adaptação, mas uma experiência profundamente dolorosa. Muitas relatam um desejo inexplicável de “voltar para casa”, como se tivessem sido arrancadas à força de um lugar de paz e segurança e lançadas em um mundo caótico, hostil e desconectado. Essa sensação pode se manifestar como uma angústia silenciosa, um vazio interno que nada parece preencher.

Diferente da saudade do lar divino, que pode coexistir com uma aceitação da vida terrena, o exílio divino é marcado por uma sensação de rompimento – como se a alma tivesse sido separada de sua verdadeira morada contra sua vontade. Esse sentimento pode surgir de diversas maneiras:

  • Choque com a densidade do mundo físico – A transição do plano espiritual, onde tudo é unidade e conexão, para um mundo marcado por limitações, dores e separação pode ser sentida como uma queda abrupta, uma perda de liberdade e plenitude.
  • Sensação de não pertencimento – Desde cedo, a pessoa pode se sentir deslocada, como se não se encaixasse em nenhum grupo, família ou sociedade. Há uma sensação persistente de que “não era para estar aqui”, o que pode levar a dificuldades em construir vínculos profundos e em encontrar sentido na vida.
  • Desconexão com o propósito de vida – Quem carrega essa marca pode sentir que está vivendo sem direção, sem um propósito claro ou motivação genuína para seguir em frente. O mundo pode parecer desprovido de sentido, levando a períodos de apatia, crises existenciais e até mesmo depressão.
  • Busca incessante por algo que falta – O sentimento de exílio pode se refletir em uma busca constante por algo que nunca é encontrado. Muitas vezes, essa busca se manifesta na espiritualidade, como uma tentativa de “voltar para casa” através de práticas, estudos ou experiências místicas. Porém, sem integração, essa jornada pode se tornar uma fuga da realidade ao invés de um caminho de transformação.

Resistência ao Nascimento

William Emerson observou – e minha prática clínica confirma – que choques e traumas vivenciados na fase da pré-concepção frequentemente impactam a forma como uma alma chega ao mundo. Quando a jornada para a encarnação é marcada por medo, arrependimento ou choque com a energia da família que a receberá, essa resistência pode se manifestar no próprio nascimento, resultando em partos prolongados, intervenções médicas intensas ou posições fetais atípicas.

Um exemplo comum que encontrei ao longo dos anos são clientes que nasceram em posição pélvica. Em muitos desses casos, a sensação relatada nas regressões é semelhante a um protesto contra a vida, um desejo profundo de não seguir adiante, como se o próprio corpo expressasse fisicamente a relutância da alma em nascer. Para essas pessoas, a chegada ao mundo já foi uma experiência de luta e resistência, e esse padrão muitas vezes se reflete ao longo da vida, gerando dificuldades em se engajar plenamente na realidade, resistência ao comprometimento e uma sensação subjacente de que “não era para estar aqui”.

A resistência ao nascimento não é apenas uma experiência física, mas um reflexo de camadas profundas do ser. Quando acessamos essas memórias por meio da terapia somática pré e perinatal, é possível trazer compreensão e reorientação para esse padrão, ajudando a pessoa a encontrar mais aceitação e fluidez na experiência de estar viva.

David Chamberlain e as Memórias da Consciência Antes do Nascimento

David Chamberlain demonstrou que os bebês registram memórias antes mesmo da concepção e podem acessá-las em estados regressivos.

🔹 Algumas crianças relatam que escolheram seus pais antes da concepção, descrevendo detalhes surpreendentes sobre o que observaram antes de serem concebidas.

🔹 Outros pacientes relatam lembranças de suas mães antes da concepção – seu estado emocional, seus desejos ou receios.

🔹 Muitos descrevem sensações de alegria ou desespero no momento da fecundação, dependendo da energia presente no ambiente.

Esses registros não são apenas psicológicos – são armazenados no sistema nervoso e no corpo.

Reconectando-se com a Essência Verdadeira

Ao explorar essas questões profundas, é essencial compreender que não estamos apenas acessando memórias do passado, mas sim abrindo caminho para uma reconexão com nossa essência mais autêntica. A terapia somática Pré e Perinatal permite ressignificar essas experiências precoces, ajudando a dissolver padrões inconscientes que podem estar limitando sua vida. Não se trata apenas de “curar” traumas, mas de restaurar a integridade do ser, permitindo que a pessoa se sinta inteira e pertencente à sua própria existência.

Esse processo não se resume a olhar para a dor – trata-se de criar espaço para novas possibilidades. Quando liberamos essas marcas profundas, abrimos caminho para enxergar a vida com mais clareza, abundância e conexão genuína. O sentimento de “não queria estar aqui” pode se transformar em “eu escolho estar aqui e viver plenamente”, permitindo uma experiência de vida mais rica e significativa.

A integração dessas camadas é um passo essencial para a transformação. Isso não significa negar os desafios, mas sim olhar para eles com consciência e acolhimento, entendendo que cada experiência pode ser um portal para a expansão do ser. A aceitação da jornada – com todas as suas complexidades – é o que nos permite realmente estar presentes para a vida.

Como Superar Esses Conflitos Profundos?

Para muitas pessoas, esses sentimentos são difíceis de nomear. Às vezes, há apenas um vazio inexplicável, uma resistência sutil à vida ou uma sensação persistente de deslocamento. Muitas vezes, é apenas no aprofundamento terapêutico que se torna possível reconhecer esse padrão e compreender sua origem.

No entanto, identificar esses sentimentos é apenas o primeiro passo. A verdadeira transformação ocorre quando conseguimos trazer essas experiências para a consciência e reorganizá-las em nosso sistema. Não significa reviver o trauma, mas sim dar a ele um novo significado, permitindo que a energia antes bloqueada flua livremente para a vida.

A prosperidade, por exemplo, não está ligada apenas a dinheiro, mas também à capacidade de se abrir para receber o que a vida tem a oferecer. Para uma alma que sente que “não deveria estar aqui”, muitas vezes há uma desconexão com essa energia do receber – afinal, por que prosperar, criar vínculos profundos ou se comprometer com a vida, se no fundo existe um desejo de voltar ao lar original? Essa compreensão vai muito além do desenvolvimento pessoal tradicional, pois toca nas bases mais profundas da nossa existência.

A Psicologia Pré e Perinatal como Caminho de Cura

A Psicologia Pré e Perinatal nos oferece um olhar ampliado sobre essas questões, permitindo acessar as camadas mais primordiais do ser e desbloquear áreas da vida que parecem estagnadas.

No meu trabalho somático, desenvolvi uma vivência de três dias, onde, em um ambiente seguro e profundo, ajudamos as pessoas a acessar e transformar as experiências que ocorreram antes do nascimento. Muitas vezes, os participantes se surpreendem ao perceber que carregavam esses sentimentos por toda a vida, sem saber que existia um caminho para resolvê-los.

Ao acessar essas memórias corporais e emocionais, torna-se possível liberar os bloqueios que impedem o fluxo natural da vida, permitindo que o indivíduo se sinta mais inteiro, conectado e aberto para o novo.

Conclusão

Se você sente que a terra é um lugar de dor ou experimenta um desejo inconsciente de “não estar aqui”, pode ser um sinal de que sua história precisa ser explorada com mais profundidade. Esse não é apenas um sentimento isolado – é um chamado para olhar para dentro e transformar padrões que foram registrados muito antes da sua memória consciente.

A jornada de cura e reconexão começa quando nos permitimos acessar nossas camadas mais profundas e resgatar o que ficou perdido no caminho da encarnação. Esse trabalho não apenas cura feridas antigas, mas nos devolve a capacidade de viver com mais presença, propósito e plenitude.

Se você deseja dar esse passo, convido você a conhecer nossa Vivência Pré e Perinatal, um processo profundo e transformador para quem deseja acessar, compreender e reorganizar sua relação com a vida desde as suas raízes mais profundas.

🔗 Entre em contato com nossa equipe para as próximas turmas!

Se este artigo ressoou com você, compartilhe com outras pessoas que possam se beneficiar dessa reflexão. E se quiser saber mais, deixe seu comentário – será um prazer continuar essa conversa!

📖 Referências Bibliográficas

  • Emerson, W. (2001). Pre- and Perinatal Psychology: An Introduction to Prenatal Imprinting and Early Trauma Healing.
  • Chamberlain, D. (1999). Babies Remember Birth: And Other Extraordinary Scientific Discoveries About the Mind and Personality of Your Newborn.
  • Chamberlain, D. (2013). Windows to the Womb: Revealing the Conscious Baby from Conception to Birth.

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Uma responsta para ““Eu não pedi para nascer”: Como experiências prévias ao nascimento influenciam sua vida”

  1. Aluisio de Lanes Negrão disse:

    Conteúdo maravilhoso! Consigo entender muito dos meus sentimentos. Compreender esta nova área de consciência e de nossa história, considerando nossa jornada divina até a concepção, já são muitas memórias que impactam em nossa jornada terrena. Jà é transformador ter esta nova consciência, trabalhar essas fases, é maravilhoso. Experienciei a VIVÊNCIA PRE E PERINATAL e foi algo transformador em alguns aspectos em minha vida. Digo alguns aspectos, porque sei que são várias e várias camadas que ainda preciso trilhar e vivenciar. Gratidão.

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