Como superar traumas de infância na vida adulta? Isso é mesmo possível?

Você já se perguntou como superar traumas de infância? Se sim, é bem possível que queira esquecer ou se libertar de algumas memórias negativas. Sendo verdade, provavelmente essas lembranças hora ou outra devem surgir à sua mente de forma dolorida, não é mesmo? 

No entanto, muito mais que perturbações e lembranças ruins, a influência que os traumas de infância podem exercer em nossa vida adulta é muito maior do que se imagina. Seja este trauma consciente ou inconsciente, deixar de dar atenção a essas vivências pode gerar outros problemas.

Descontroles emocionais, dificuldades de relacionamento, percepções erradas acerca de si e do mundo ao redor, crenças e padrões disfuncionais são alguns exemplos dos reflexos que episódios negativos podem ocasionar. 

Absolutamente tudo o que acontece em nossas vidas, seja na fase intrauterina ou na infância, deixa marcas e impactos significativos que moldam a forma como continuaremos agindo e nos comportando durante toda a nossa jornada.

É como se os aprendizados desses períodos ficassem enraizados em nosso ser de forma tão profunda, que agem como uma bússola guiando o nosso caminho.   

Não há como apagar, mas há como superar traumas de infância 

Todos nós passamos por algum trauma durante nossas vidas, seja dentro de casa, no colégio ou em outro ambiente. Nossas experiências de vida são compostas por coisas boas e ruins que acontecem ao longo da vida. Por algum motivo tendemos a nos lembrar das mais doloridas. No impulso, sempre quando a lembrança de um episódio traumático vem à tona, nosso desejo é apagá-la a qualquer custo. Desejamos, mesmo de forma involuntária, não ter que lidar novamente com essa dor. 

Mas essas memórias negativas não nos assolam para nos machucar ainda mais. Elas acontecem para que saibamos que situações similares podem acabar nos ferindo novamente. Ou simplesmente para que nós possamos olhar para essa dor e consiga validá-la de alguma forma. 

Acredite: tentar passar uma borracha nessas experiências não vai fazer com que você se sinta melhor. É muito mais útil entender como superar traumas de infância do que simplesmente tentar se desfazer dessas memórias. 

Rejeição, abandono, abuso, traição, morte… São várias as experiências que podem acontecer e deixar marcas. E elas não precisam ter ocorrido diretamente com você. 

Por exemplo, se seus pais se separaram ou houve uma traição no casamento enquanto ainda era criança, você pode acabar assimilando o compromisso como algo não benéfico. Sem perceber, como um reflexo desse aprendizado incorreto e incompleto, pode acabar tendo dificuldades em relacionamentos afetivos futuramente.

É claro que todas essas situações traumáticas podem acontecer em qualquer momento da vida, mas são os ocorridos na infância, que possuem maior tendência de deixar marcas definitivas e gerar padrões nocivos dentro de nós.

Por que as marcas da infância são tão significativas? 

Na verdade, não são necessariamente as marcas da infância que deixam impactos tão profundos. São os nossos aprendizados do período gestacional que fazem isso. A infância, em si, serve apenas como um novo filtro para nossas percepções acerca da vida. Tudo o que acontece conosco e ao nosso redor durante a gestação serve como um direcionamento das nossas ações e pensamentos futuros. 

Por isso você deve ter percebido que utilizei a expressão “marcas definitivas”. De acordo com as nossas vivências na fase intrauterina essas “marcas” que eu costumo chamar de aprendizados incorretos e incompletos são reforçados ou atenuados. Como assim?

Se durante a gestação você viveu em um ambiente de discussões entre os seus pais e isso continuou ao longo da sua infância, aquilo que você aprendeu de forma disfuncional sobre relacionamentos apenas se reforçou. E o impacto disso como influência na sua vida é muito grande. 

Mas se contrário a isso, durante a sua infância cresceu em um ambiente de harmonia, de amor, tranquilidade e proteção, o aprendizado que você teve de forma precoce sobre relacionamentos perdeu forças. Não que ele não vá exercer influência na sua vida, pois NADA passa despercebido em nosso desenvolvimento intrauterino. Mas esse impacto e essa influência já não será mais tão forte quanto no caso anterior. 

O que também não é uma regra, já que cada um tem uma maneira diferente de lidar e reagir aos diferentes acontecimentos que a vida pode apresentar. Duas pessoas que passam exatamente pela mesma experiência, não necessariamente terão os mesmos aprendizados, entende? 

Há como florescer em meio aos traumas, sabia? 

Não há uma pílula mágica para apagar seus traumas, e se tivesse, eu jamais as prescreveria!  Essas vivências, mesmo negativas, fazem parte de quem você é! Como eu disse um pouco mais acima, não precisa desprender tempo tentando encontrar maneiras de se livrar desses traumas. Pelo contrário: precisa olhar para esses episódios e compreender os impactos que eles deixaram em sua vida. Inclusive a força de vida que experiências dolorosas te trouxeram.  

Identificar quais aprendizados incorretos e incompletos eles podem ter ocasionado e aceitar que não é possível modificar o que aconteceu, mas que você pode ressignificar essas experiências e encontrar maneiras de lidar com essas dores de outra forma.  

É claro que sem ajuda essa caminhada se torna muito mais longa, e sequer há motivos para enfrentar tudo isso sem um direcionamento. Apesar de ser algo pessoal, individual e que, de certo modo, só depende de você, existem diversas abordagens terapêuticas que podem contribuir e tornar o seu processo de cura mais agradável, leve e certeiro! 

 O autoconhecimento, aliás, é uma das possibilidades e eu posso te ajudar e te conduzir para que consiga explorar a sua história, olhar para essas memórias negativas sob outro ponto de vista em um processo exclusivo que respeite o seu tempo. 

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